Espaço para interação de cidadãos e cidadãs interessados no debate de políticas públicas para a cultura no município de Santa Cruz do Sul

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Idéia para o Poder Público valorizar os Artistas

Muito se fala em dar apoio aos produtores de arte, tenho como sugestão:
- Criação de uma lei Municipal tornando possivel a redução de impostos quando houver licença para construções de casas, edifícios etc, os quais disporem de projetos para anexarem em fachadas , jardins, all ( lugares vizíveis) obras de arte.
O Poder Público pode tornar Santa Cruz um grande Museu a céu aberto , dar exemplo e oportunidade aos Artístas.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Novos endereços interessantes

Incluí em Conexões - à esquerda de quem entra, um pouco mais abaixo - ligações para alguns sites e blogues sobre cultura. Destaco o Cultura e Mercado (com boas análises, bem atualizado e com boa informação) e Câmara de Produção Cultural, que é um fórum permanente de cultura com alguma semelhança com o nosso fórum.

No Cultura e Mercado vale o destaque para o movimento MENOS IMPOSTOS PARA A CULTURA, MAIS DESENVOLVIMENTO PARA O BRASIL. Como está no site:
"Com o título acima, o Instituto Pensarte, organização cultural responsável pela publicação de Cultura e Mercado, propõe uma articulação nacional em torno da redução de impostos e cobra do governo federal e dos congressistas um pacote de apoio ao setor cultural, fortemente abalado pelas recentes medidas governamentais, que além de triplicar os impostos das empresas culturais, minguar o orçamento e defenestrar as Leis de Incentivo à cultura e as conquistas advindas desse imperfeito mas efetivo instrumento
http://www.petitiononline.com/ip9s1234/petition.html"

cinema no blogue

Como vocês podem ver aí à esquerda de quem entra, incluí conexões para filmes de curta metragem do projeto Porta Curtas Petrobrás. Destaco o Cão Guia, que conta com a premiada e elogiada atuação da atriz santa-cruzense Graciela Pozzobon da Costa, nossa companheira de fórum.

Lista de e-mail e informativo eletrônico

Vou reproduzir aqui o texto da mensagem que mandei para as pessoas cujo endereço eletrônico consta nos arquivos do fórum (sempre lembrando e lamentando que a lista da segunda reunião tenha se perdido, como já foi comentado em postagem anterior). Trata-se de mensagem anunciando mais uma maneira de nos mantermos em contato na construção de uma rede pela cultura em nosso município.
Eis a mensagem:


"anunciando o informativo do fórum da cultura
Fórum Da Cultura em Santa Cruz [umforumparacultura@gmail.com]
Para: umforumparacultura@gmail.com


Olá,
conforme decisão da terceira reunião do Fórum para a Cultura, criamos (por iniciativa do Joe Nunes) esta lista de distribuição de e-mails para os participantes das nossas reuniões. Nossa idéia é criar um informativo eletrônico sobre o fórum e que também traga informações e notícias relevantes sobre cultura. O Joe (também conhecido por alguns de nós como Joelmo), além de criar o email para fazermos a lista, também encarregou-se de propor um modelo para o informativo. Nas palavras do Joe: "No final de semana pretendo fazer um lay-out do informativo e repassar para vocês verem. Até quarta, após o carnaval podemos já estar circulando ele com um protótipo, até para todos conhecerem e darem sua opinião".
Então é isso. Além do blog (http://custurascs.blogspot.com), temos agora uma lista de emails e em breve teremos um informativo eletrônico. Nem seria preciso dizer (mas mesmo assim eu escrevo) que todos estão convidados a participarem como autores, tanto do blog como do informativo. E também quero convida-los a ampliar o alcance desta mensagem enviando para este endereço (umforumparacultura@gmail.com) contatos de mais pessoas para quem vocês entendam que devemos mandar nosso informativo.
Um abraço
Caco Baptista


PS: Como mandam as regras da boa educação e da convivência civilizada no ciberespaço, pedimos a quem não quiser mais receber nossos emails a gentileza de escrever para umforumparacultura@gmail.com solicitando a retirada de seu nome."

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Uma referência para o "regulamento" do Fórum de Cultura

Olá, pessoal!

Segue abaixo um texto falando sobre os objetivos e funcionamento do Fórum de Segurança Alimentar de Santa Cruz. Pode servir com uma referência para pensarmos num "regulamento" para o nosso Fórum de Cultura, a partir do que já foi debatido nas reuniões e postado aqui no blog.

Ressalto que o Fórum de Segurança Alimentar não possuía CNPJ e essas coisas, mas registrava suas reuniões em ata, como forma de "oficilalizar" as manifestações e decisões do grupo.

Vou deixar meu e-mail para qualquer contato: iuriaz@hotmail.com

Abraços!

Iuri


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OBJETIVOS E FUNCIONAMENTO

FÓRUM MUNICIPAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL SUSTENTÁVEL DE SANTA CRUZ DO SUL – FORSANS

– Registrados na Ata de Fundação de 28 de maio de 2004 –

Aos 28 dias do mês de maio de dois mil e quatro, no Plenário da Câmara Municipal de Vereadores de Santa Cruz do Sul (RS), realizou-se a primeira reunião geral do Fórum de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Santa Cruz do Sul, com a sigla FORSANS, onde, após a apresentação de uma proposta para delinear o funcionamento do fórum e abertura para discussões, aprovou-se as seguintes determinações:
Os objetivos básicos do FORSANS são:

I – Reunir de forma permanente e sistemática representantes de entidades não-governamentais e governamentais, profissionais, estudantes e todos os ativistas sociais envolvidos com a problemática da segurança alimentar e nutricional em Santa Cruz do Sul;

II – Criar um ambiente de debates, trocas de informação, interações institucionais e propostas para a adoção de uma política pública de segurança alimentar e nutricional, dentro dos princípios de que:

a) A alimentação é um direito humano, que deve ser garantido pelo Estado, tendo como parceiros as diversas organizações da sociedade civil;

b) O combate à fome implica, em primeiro lugar, na adoção de política estruturais voltadas às causas profundas da pobreza, com a geração de empregos, acesso à terra e aos insumos necessários à produção rural, acesso à saúde e educação, seguindo-se de políticas específicas, voltadas diretamente ao atendimento a famílias e indivíduos sem acesso a alimentos na quantidade, qualidade e especificidade adequadas.

III – Constituir-se como um instrumento de apoio à criação do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Santa Cruz do Sul, colegiado assessor, composto de representantes da sociedade civil e do Poder Público, responsável pela elaboração das diretrizes da política local de segurança alimentar e nutricional, em sintonia com as diretrizes traçadas pelos conselhos estadual e nacional.

-O FORSANS não tem sede permanente, sendo suas reuniões gerais – em local previa e publicamente comunicado – realizadas de forma ordinária uma vez a cada mês, e de forma extraordinária quando decidido em encontro anterior.

-Para expedir correspondências, realizar convites, estabelecer contatos e pautas, bem como auxiliar na coordenação e secretaria das reuniões gerais, é escolhida uma Comissão Coordenadora do FORSANS, composto por até 12 pessoas, que pode reunir-se para encaminhar suas tarefas, sendo que, a cada ano, ocorre uma nova escolha, propiciando a renovação da comissão.

-Podem formar-se, a partir de decisão em reunião geral do FORSANS, sub-grupos para tratar de assuntos e tarefas específicas.

-A presença nas reuniões do FORSANS é aberta e independe de qualquer vínculo político, religioso, associativo ou outro qualquer, mantendo-se em cada encontro uma lista de presenças, a fim de manter um cadastro atualizado dos participantes.

-As reuniões gerais, da Comissão Coordenadora e dos sub-grupos do FORSANS são registradas através de atas avulsas, que devem ficar sob a responsabilidade da Comissão Coordenadora e disponibilizadas para consulta a todos os interessados.

-Novo(s) objetivo(s) e outro(s) acréscimo(s) e alteração(ões) nestas determinações podem ocorrer mediante uma apresentação, justificativa, discussão e aprovação final pelos presentes em reunião geral do FORSANS, registrando-as em ata.

Sobre a reunião do dia 18


Quero deixar minha visão pessoal sobre a reunião de quarta muito bem relatada na postagem anterior. Quanto ao esvaziamento do fórum, foram sem dúvidas os fatores que o Caco levantou (eu mesmo cheguei atrasado em virtude da chuva), porém, existe a questão do comprometimento e mesmo a despeito do aconteceu ter constrangido muitas pessoas, imagino que muitas que compareceram em janeiro foram levadas ao fórum por n motivos (curiosidade, interesses próprios, vontade de conhecer as pessoas que fazer arte e cultura na cidade e, quem sabe, até mesmo oportunismo). Óbvio que os fatores que já foram levantados fizeram muitos desacreditar ou então “dar um tempo” em sua participação, mas mesmo assim muitos descobriram que o fórum não atendia aos seus interesses pessoais ou não era isso que estavam esperando; creio que isso também é um processo natural e funciona como uma espécie de “peneira”. O fórum está vindo para levantar o debate e mantê-lo e isso demanda um mínimo de dedicação e compromisso daqueles que participam.

Destaco então a chegada em nossa última reunião do pessoal do hip-hop, representada pelo Chiquinho. Conheci eles na segunda-feira nos bastidores das apresentações culturais da Jornada Pedagógica da SMEC, no auditório do Colégio Mauá. Em uma conversa informal e de poucos segundos expliquei sobre o fórum e o resultado foi a presença de um representante de diversos grupos que atuam a mais de dez anos na cidade. Segundo o Chiquinho eles têm muitos projetos e são bastante comprometidos com sua arte e seu movimento (algo que tenho certeza). Então creio que o famoso “trabalho de formiguinha” cabe a nós que estamos mais envolvidos; convidar e incentiva a participação de todos os movimentos culturais e artistas que conhecemos.

O fórum não deve parar e defini para mim que nossa última reunião foi uma tomada de fôlego para que a próxima volte a estar com uma presença mais significativa de pessoas.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

a reunião de ontem

Tivemos ontem a terceira reunião do fórum, com a participação de 14 pessoas. Uma significativa queda do número de participantes em relação à reuião anterior, que teve 45 presentes.
Seria importante refletirmos sobre as causas disso. Uma das razões pode ter sido a chuva que caiu em torno das 18 horas. Outra pode ter sido o mal-estar na parte final da reunião passada, quando o Neidmar,que estava na coordenação da reunião impediu a manifestação dos representantes da SMEC, incluindo a própria secretária e a coordenadora do Depto. de Cultura.
Aliás, grande parte da reunião de ontem foi utilizada para conversar sobre isso, sendo que 8 dos 14 participantes (eu inclusive)lamentaram e condenaram tal atitude. Uma pena que o Neidmar não esteve presente para que pudéssemos ir mais a fundo nesta questão. De qualquer modo, todos os que se manifestaram entendem que esta foi uma decisão pessoal do Neidmar (que se eu estivesse presente na reunião seria imediatamente contestada) e que não representa nem de longe a posição do fórum. Afinal, todos temos clareza que não se faz ação cultural sem o poder público e todos entendemos que o fórum é, e deve ser, democrático e aberto a todos os interessados. Além disso foi explicitado que ninguém é porta-voz do fórum e que qualquer manifestação deve ser feita claramente em nome pessoal.
No restante da reunião tratamos de aspectos relativos à organização e funcionamento do fórum. Decidimos que o fórum deve ser permanente e ter reuniões mensais (sem descartar a realização de reuniões extraordinárias de acordo com as necesidades e circunstâncias) e que o blogue é o espaço de articulação e debate entre uma reunião e outra. Decidimos ainda que é necessário termos um regramento mínimo, com algumas diretrizes de funcionamento e uma coordenação para fazer avançar algumas questões e que, por isso, na nossa próxima reunião (que será em 18 de março) iremos escolher uma comissão coordenadora e também pessoas encarregadas de fazer um levantamento da cena cultural do município, catalogando e contatando diferentes grupos, entidades, artistas e produtores culturais nas diferentes áreas das artes e da cultura. Outra decisão de ontem foi da criação,segundo a necessidade, de comitês ad hoc para tratar de assuntos específicos e fazer encaminhamentos de propostas para nossas reuniões plenárias. Estes comitês duram enquanto forem necessários e não decidem nada sem que passe pela plenária. Dando consequência a isso, constituímos um primeiro comitê que ficou encarregado de apresentar, até a próxima reunião, algumas propostas de referentes à criação de um Conselho Municipal de Cultura (composição,normatização, representatividade, objetivos, etc). Constituído por mim, pelo Joelmo e pelo Iuri, este comitê se reunirá pela primeira vez no dia 27 de fevereiro e está aberto a novas adesões, que o trabalho não é pequeno. Vamos buscar informações, fazer consultas e organizar algumas propostas que serão apresentadas aqui no blogue e submetidas à reunião plenária do dia 18 de março. Aquilo que for aprovado pelo fórum será encaminhado como sugestâo ao DC/SMEC. Além deste comitê, foi levantada também a necessidade de outras comissões técnicas nas diferentes áreas das artes e da cultura para pensar e propor ações e projetos específicos. Também decidimos montar uma newsletter (um boletim eletrônico distribuído por email) com informações sobre o fórum e questões referentes à cultura em Santa Cruz do Sul. Precisamos de voluntários para operacionalizar isso. O Joelmo já se ofereceu, mas precisamos de mais gente com tempo e conhecimento técnico.
Por fim, decidimos também pela descentralização das reuniões. Concordando com o verso de Milton Nascimento de que "o artista tem de ir aonde o povo está", queremos fazer as reuniões do fórum nos diferentes locais onde artistas e produtores de cultura reúnem-se e trabalham, como uma forma de aumentar o conhecimento dos participantes sobre as reais condições da produção de arte e cultura na nossa cidade. Para tanto na reunião de 18 de março vamos discutir também um calendário de reuniões e já pedimos a todos que vejam as possibilidades de datas (sempre às quartas-feiras)nos seus locais. Esta reunião de 18 de março queremos fazer na Estação Férrea (mas para isso ainda dependemos de uma confirmação oficial da disponibilidade do local, o que esperamos ter ainda antes do carnaval para anunciar aqui).
Penso que este é o relato completo da reunião, mas convido os demais participantes a postarem complementações e discordâncias.

Em tempo: como o Neidmar não sabe onde ficou a lista de presença da reunião passada, as pessoas que estiveram presentes e quiserem ser cadastradas como autores do blogue devem enviar um email para cacobaptista@gmail.com. Quem esteve ontem e deixou seu endereço eletrônico já foi cadastrado hoje por mim.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

reuniao dia 18/2, quarta-feira

Nesta quarta-feira, dia 18 de fevereiro, das 18 às 20 horas teremos a terceira reunião do Fórum da Cultura no Espaço Camrim.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Edital dos Pontos de Mídia Livre

Do site da Revista Fórum (http://www.revistaforum.com.br/sitefinal
/NoticiasIntegra.asp?id_artigo=6171)
Na mesma matéria estão todos os links para os diversos formulários e um detalhado tutorial com as principais perguntas e respostas.

Pontos de Mídia Livre: o que é preciso saber
Por Anselmo Massad [Sexta-Feira, 6 de Fevereiro de 2009 às 15:56hs]

Publicado no Diário Oficial da União no dia 27 de janeiro, o edital Prêmio Pontos de Mídia Livre prevê R$ 3,2 milhões para Pontos de Cultura ou organizações sociais sem fins lucrativos que desenvolvam veículos de comunicação compartilhada ou participativa. São 60 prêmios, sendo 10 de R$ 120 mil e 50 de R$ 40 mil, selecionados a partir de critérios com pesos diferentes, como proposta editorial, qualidade estética, interatividade, audiência ou tiragem, repercussão e capacidade de manter contato com seu público.
Vale a pena mobilizar iniciativas de comunicação para participar. Além de ser uma oportunidade importante para quem faz mídia fora das grandes empresas que dominam o setor, o edital informa, em sua introdução, que se houver mais recursos (novas dotações orçamentárias) por um ano a partir da divulgação do resultado final, o Ministério da Cultura (MinC) pode conceder novos prêmios de acordo com a ordem de classificação. Quanto maior o número de inscritos, mais motivos para pressionar por mais recursos.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Sistematizando

“Com este chamamento queremos iniciar um amplo debate público sobre cultura em nosso município com base em dois tópicos principais: a ação do poder público municipal e a organização das diversas pessoas e entidades da comunidade que estão envolvidas com a produção cultural.

No caso do poder público, pensamos em refletir sobre a necessidade e a importância de termos políticas públicas de cultura e canais democráticos de participação dos produtores culturais na formulação de políticas e ações culturais.

No caso da articulação dos produtores culturais e do público interessado em cultura, pensamos em debater sobre canais de articulação e organização, possibilidades de ações conjuntas dos diversos grupos e entidades que atuam no setor cultural.

Nos dois casos pensamos que o debate deva passar por tópicos como financiamento da cultura, profissionalização e estruturas de captação de recursos e, claro, pelo que entendemos por cultura.”


O texto acima é o cerne do email que convocou a primeira reunião pública de cidadãos e cidadãs interessados no debate de políticas de cultura em Santa Cruz do Sul e que é a primeira postagem deste blog, lá no dia 22 de dezembro de 2008. Penso que esta convocatória continua sendo o que nos interpela a participar destas reuniões que passamos a designar como “o fórum da cultura” e o que garante o respeito à diversidade na composição e no funcionamento do fórum. Nesta convocatória expressam-se duas dimensões de interesses do fórum, as ações do poder público no campo cultural e a articulação e organização dos produtores culturais. E tanto numa como na outra, afirma-se a centralidade de tópicos como financiamento e profissionalização da cultura, além da necessária reflexão sobre o que se entende por cultura.
Foi nesse sentido que inseri a maioria das postagens no blog, seja com propostas de ação ou organização, seja com textos de reflexão conceitual. Não vou retomar nada disso aqui. Quero é tentar fazer uma sistematização dos tópicos que emergem das diferentes preocupações e interesses dos partipantes das reuniões. Penso que é possível sistematizar de diversas outras maneiras. Não estou propondo que a minha seja a melhor.

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Estas duas dimensões iniciais – relações entre cultura e poder público e articulação dos fazedores de cultura – podem ser desdobradas conforme o esquema a seguir:

CULTURA E PODER PÚBLICO
- política cultural: democratização, descentralização,
- apoio à ação cultural: formação,financiamento, equipamentos coletivos, recursos humanos
- apoio à cadeia produtiva da cultura: produção, circulação, troca, consumo; mercado de trabalho para artistas e técnicos, apoio para empreendedores da cultura
- institucionalização:buscar aprovação de lei municipal estabelecendo recursos, equipamentos, verbas, estruturas etc


CULTURA E PRODUTORES/CRIADORES CULTURAIS
- articulação;
- interação e troca de experiências;
- fortalecimento mútuo;
- colaboração;
- ações conjuntas


CULTURA E PÚBLICO (a população em geral, os amantes da cultura, os usuários dos equipamentos de cultura, os interessados, os iniciados, os iniciantes)
- condições de criação e fruição;
- oferta de cursos, oficinas, grupos de estudos, palestras, espetáculos, eventos, exposições;
- oportunidades de criação e fruição cultural;
- democratização,descentralização, acessibilidade;
- formação de público;


CULTURA E EDUCAÇÃO
- formação cultural dos educadores
- formação técnica dos professores para utilizar a cultura no processo educativo
- formação pedagógica dos agentes culturais (monitores, instrutores de oficinas etc)
- educação pela cultura, cultura pela educação: articulação entre a rede escolar e os equipamentos culturais (articulação escola-casa/centro de cultura)


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Penso que estas quatro dimensões dão conta dos interesses e necessidades do debate e da ação cultural para a formulação e implementação de políticas públicas de cultura capazes de democratizar, descentralizar, ampliar e qualificar a vida cultural em Santa Cruz do Sul.

Na verdade, é até um tanto pretensioso dizer (e pior ainda, escrever) que debates entre cidadãos e cidadãs num fórum democrático pode afetar as políticas públicas. E no entanto, penso que podem. Não tão mecanicamente, não tão diretamente, não tão fortemente. De qualquer modo, já tivemos o mérito de retomar e reavivar o debate e a circulação de idéias e comunicações sobre a cultura. É preciso continuar com este esforço para incidir sobre a opinião pública e tornar este debate não apenas nosso mas de todos os cidadãos.
Nas relações entre Cultura e Estado, é preciso ter claro que quem faz cultura é a Sociedade, cabendo ao Estado fornecer os meios e as condições para a sociedade criar. E por isso é tão importante falar de políticas públicas de democratização da cultura.
Na relação entre cultura e governo é importante ter-se clareza que governar é definir prioridades e -que definir como prioridade é destinar recursos no orçamento. Tendo-se esta clareza, devemos então perguntar qual é o percentual do orçamento destinado à cultura. E então, a cultura é prioridade?
É preciso que a cultura torne-se uma das prioridades, receba recursos,seja vista como fundamento do desenvolvimento local. E ao mesmo tempo, é preciso fazer mais e melhor com os recursos que se tem. Até para, assim, tornar-se prioridade e receber mais recursos.
Fazer gestão cultural também é eleger prioridades (e portanto, destinar recursos).
Isto se materializa em um Plano de Ação Cultural, que explicita na forma de projetos e programas, as diretrizes e prioridade da política de cultura do município.

A escolha das prioridades pode ser feita de diferentes maneiras. A idéia da criação do fórum foi justamente poder debater e sugerir formas e estruturas participativas para a formulação de políticas culturais no âmbito do município. Penso que o fórum tem um importante papel de participação cidadã e de indicador da diversidade e da mobilização dos diferentes sujeitos culturais do município, e por isso deve continuar existindo, como uma ágora ateniense, para garantir o amplo debate da questão cultural. E penso também que para o trabalho mais sistemático de formulação e avaliação de políticas públicas um conselho municipal de cultura amplamente representativo da diversidade das expressões culturais locais, com caráter propositivo e fiscalizador, pode ser uma forma bastante democrática de formulação de políticas culturais e para sua avaliação e fiscalização.
À propósito de algumas das questões levantadas pelo Joe Nunes sobre a função da arte e do artista, remeto vocês à matéria da revista IstoÉ desta semana sobre o projeto Paint a Future (e que está disponível, com fotos, em http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2048/artigo125304-1.htm).
Que fique claro que não endosso o projeto e que não tenho ainda nenhum juízo sobre ele. Penso apenas que é um bom material para pensar (como disse uma vez um grande antropólogo francês, "há coisas que são boas para comer e coisas que são boas para pensar").


Reportagens
Arte contra a pobreza
Sem governo ou ONGs, artistas vendem quadros para atender aos sonhos de crianças por Renata Cabral

O catarinense Rafael Cristiano Leite, 13 anos, vivia com mais sete parentes numa pequena casa de dois cômodos e sem banheiro. Quando ventava, parecia que o teto ia desabar. Seu pai, falecido no ano passado, deixou uma carta orientando a família a procurar o projeto Paint a Future (Pintar um Futuro), que, sem a participação de governos ou ONGs, transforma em realidade os desejos das crianças rabiscados em papel. Hoje, a casa azul de dois andares que Rafael desenhou tem paredes, teto e em breve será um endereço digno em Florianópolis (SC). "Agora tudo vai melhorar", aposta ele.

O Paint a Future, idealizado pela artista plástica holandesa Hetty Van der Linden, existe no Brasil há três anos. E começa a produzir melhorias concretas. Nos Estados de Santa Catarina e São Paulo foram construídas 15 casas, além de parquinhos e salas de informática. Realizaram-se também tratamentos médicos. Quando o sonho da criança é uma singela pipa ou uma bicicleta, os integrantes do projeto atendem, mas procuram a família para saber como ajudar mais. O projeto existe em vários países e, para Hetty, que já esteve na Argentina, Bulgária, no Chile e Marrocos, ele dá certo aqui por conta da grande pobreza aliada à vontade de ajudar: "Há uma diferença enorme entre os dois extremos da sociedade brasileira e acredito que a arte pode ser o elo entre eles."

Os anseios infantis captados pelo projeto, criado em 2002, variam de acordo com as carências. Na Bósnia, as crianças órfãs de guerra pediram famílias. Em Madagascar, o desejo foi por pratos de comida. No Brasil, os pequenos querem uma casa. Hetty percorre escolas e creches de comunidades carentes com tintas e folhas em branco e faz as ilustrações chegarem às mãos de um grupo de artistas internacionais, que transforma o material em obra de arte. São telas que, conforme o tamanho, são vendidas por R$ 6 mil ou mais e permitem transformar as vidas.



Cerca de 15 artistas internacionais que aderiram à causa de Hetty pagam a própria passagem para pintar no País. São nomes de vanguarda como Lorenzo Moya, do Chile; Jaan Elken, da Estônia; e Lone Seeberg, da Dinamarca. A cada ano, o time muda. Para Gregório Gruber, artista plástico paulista que participou da primeira edição do projeto no Brasil, o Paint a Future desperta a verdadeira essência da arte: "Não acho que ela deva servir sempre ao comércio e ao dinheiro. O projeto tem uma proposta inovadora." Quando não são vendidos no país de origem, os quadros vão para um ônibus que circula pelas cidades da Europa, como uma exposição itinerante. "Eu me sentia ridícula vendendo quadros, enquanto as crianças passavam fome nas ruas. Hoje, não mais", diz a artista, um exemplo de como fazer a diferença.
O PAPEL SOCIAL DO ARTISTA

Todo artista tem uma concepção própria do mundo e da realidade, uma visão mais sensível no que a do senso comum e bastante particular. Durante o sublime momento de seu processo criativo sua práxis independe das noções de ética e até mesmo moral de uma sociedade, ele é o senhor de seu universo, um deus, senhor de todos os destinos.

Porém o artista deve ter consigo o fato de que fora de seu mundo de criação ele é um ser inegavelmente político e como tal reflete, mesmo que inconscientemente, a sociedade em que vive e depende para sobreviver. O artista é um agente social como qualquer outro, independenye do fato de viver ou não de sua techne. Sendo assim, ao mesmo cabe também procurar entender, dentro de seu ponto de vista e seus próprios conceitos, qual o seu papel na sociedade, quais serão as suas respostas aos estímulos negativos ou positivos que a sociedade lhe traz.

O artista não está longe dos efeitos da sociedade capitalista e conseqüentemente ele terá de se posicionar quanto a isso. Quando falamos em democratização da cultura temos de ter a consciência de que sabemos o que isso realmente significa e, trocando em miúdos, de que lado estamos. Queremos uma arte para todos? Temos a noção de que a arte é dominada por uma elite? Sabemos que democratizar a arte é levá-la para onde as pessoas não têm acesso a ela? Para que serve a nossa arte? Ou a pergunta seria: para quem serve a nossa arte?

Parafraseando o dramaturgo Augusto Boal, criador do Teatro do Oprimido, "Todos os seres humanos são atores - porque atuam - e espectadores - porque observam. Somos todos ‘espect-atores’”. Tenho certeza de que não há como separar a arte da política, aliás, nada se separa da política, como o próprio Boal comentava, tudo na vida é política, até mesmo quando fazemos amor estamos fazendo política. Esse é papel de quem fala em democracia na arte, levá-la ao povo e as massas precarizadas, tão sedentas de arte e cultura como as elites dominantes.

Não há como viver longe dos dilemas e contradições de uma sociedade capitalista e injusta, em algum momento ela irá nos tocar. Chegará o dia que teremos de sair da caverna e nos cegarmos com a luz e também descobrirmos que o artista tem um papel social e o poder de mexer com a alma e a boca do povo, como explica muito bem a jornalista Rosa Minine, ao se referir ao trabalho da Tribo de Atuadores porto-alegrense Ói Nóis Aqui Traveis: “A rua está repleta de mistificações: a pornografia nas bancas de revista; o consumismo dos outdoors; os enganadores da fé do povo e demais apelos alienantes. Ir para a rua, portanto, tem um conteúdo ideológico cuja diferença está entre adormecer a consciência das massas ou despertá-la. Quando a Arte é colocada a serviço do povo, ela retira dele o melhor de sua obstinação, de sua coragem e determinação de transformar a cruel realidade em que vive, re-elaborando o material e devolvendo a este povo um produto cujo conteúdo e estética são aceitos e reconhecidos como parte de sua luta. E quando isto é feito na rua, constitui-se num verdadeiro embate ideológico com as forças do obscurantismo e do atraso. O povo se identifica com a fala, com os gestos, com a mensagem enfim, e, ao aplaudir, aplaude a si mesmo.”

O artista que não tem o anseio de fazer ou participar disso já escolheu o seu lado e ao fazer isso corre o risco de ser absorvido pelo sistema e, mesmo com o poder de sua arte nas mãos, não conseguir sair da caverna que aprisiona os homens e os ilude com reflexos de uma realidade distorcida, ditada por um sistema político que o diz como pensar e agir, como oportunamente comentava o psicólogo estado-unidense Timothy Leary: “O homem tem uma visão estática e bonita do mundo, impressa nele por meio de associações condicionadas. E o homem acredita que sua visão é a realidade”.


A arte deve deixar de simplesmente refletir a sociedade e passar a ser o seu mecanismo de transformação.



Joe Nunes
Artista Plástico
Segunda-feira, 09 de fevereiro de 2009, 01:39, acompanhado de minha amada e de José Saramago e seu Ensaio Sobre a Cegueira.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Aí está o convite para a exposição do Grupo de Artistas Contra-Senso (clique na imagem para ampliar).


Junto com o convite para a exposição do Grupo Contra-Senso, que ele pede para repassar, o Joe Nunes manda a seguinte mensagem:

"Olá Caco,

Escrevo representando o Grupo de Artistas Contra-Senso para te pedir que repasse o Convite de nossa exposição no MASC para todos e todas que fazem parte do Fórum da Cultura em Santa Cruz.

Fazemos questão de ter a honra da presença de todos e todas que estão tomando a INICIATIVA e TRABALHANDO para construírmos uma verdadeira identidade cultural em nossa cidade.

Antes de lerem o convite, queremos dizer o que é o CONTRA-SENSO:

O Grupo de Artistas Contra-Senso, que foi criado pela iniciativa independente dos fundadores do mesmo em junho de 2008, tem como objetivo principal instigar a discussão sobre os objetivos da arte contemporânea, qual sua função enquanto cultura e identidade de um povo. A Proposta do Grupo é se colocar com ponto de mutação do senso comum, que absorve a arte e a espelha como reflexo de toda uma sociedade.

Sendo a arte tal reflexo, o Contra-Senso objetiva subverter (através da sua heterogeneidade de idéias e estilos) as definições pragmáticas de arte que norteiam o chamado "mercado". Sobreviver em um mundo que transforma a arte em mercadoria, revitalizando os valores do “ars gratia artis" e garantir um espaço onde os artistas possam se expressar livremente mantendo em seus trabalhos a alma que os transformou em pintores, desenhistas, escultores, escritores, poetas, fotógrafos e provando que existem espaços para que possam continuar produzindo cada vez mais e vivendo de sua arte."



Aí está, o Joe queria que lêssemos o texto antes de ver o convite, mas eu coloquei a imagem em primeiro lugar, para dar destaque à postagem. No convite que veio por email há mais imagens, com uma pequena mostra dos trabalho de cada um dos artistas, mas que por insuficiente domínio da tecnologia do blog não consegui inserir aqui. Mas o Joe, como participante da segunda reunião do fórum pode postar direto no blog. Estou cadastrando-o agora e daí é só seguir as instruções do email.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Cultura, cidades e desenvolvimento local

Notícia retirada do site do Ministério da Cultura em 02 de fevereiro de 2009. Será que nossa cidade estará representada? Espero que alguém da SMEC possa nos trazer mais detalhes em breve.Como pode ser percebido nas partes em negrito (os grifos são meus), neste encontro serão abordados temas que estão no centro das preocupações do nosso fórum.
Caco


Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas
Evento será realizado nos dias 10 e 11 de fevereiro, em Brasília, com a participação de dirigentes do MinC
Representantes do Ministério da Cultura promovem um painel na mesa Cultura, Cidades e Desenvolvimento Local, durante o Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas, que será realizado nos dias 10 e 11 de fevereiro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
Durante o painel, a ser promovido na terça-feira (dia 10), das 17h às 19h, serão debatidas as diretrizes, ações e programas estruturantes, que deverão ser pactuados com os municípios para implantação das políticas públicas, e o fortalecimento institucional da Cultura, no âmbito federativo.
Dentre os tópicos em discussão, a aprovação do Plano Nacional de Cultura, os desafios do Sistema Nacional de Cultura, a realização da II Conferência Nacional de Cultura e a implementação das iniciativas do Programa + Cultura.
O secretário executivo do MinC, Alfredo Manevy, abrirá os debates com uma abordagem sobre os temas do painel e sobre a importância da participação dos municípios brasileiros nas políticas públicas para a Cultura no país.
O Plano Nacional de Cultura será tratado pelo novo titular da Secretaria de Políticas Culturais, José Luiz Herência, que falará sobre as propostas de estratégias gerais do PNC para fortalecer a ação do Estado no planejamento e execução das políticas culturais.
Já o Sistema Nacional de Cultura será apresentado por um membro do Conselho Nacional de Políticas Culturais, o conselheiro Roberto Peixe. O SNC é um processo de articulação, gestão e promoção conjunta de iniciativas na área cultural, entre os entes federados e destes com a sociedade civil, com o objetivo de implementar uma política pública de cultura democrática e permanente.
A explanação sobre a II Conferência Nacional de Cultura, a ser realizada neste ano com objetivo de desenvolver políticas públicas de cultura e estimular a participação social, estará a cargo do gerente da Secretaria de Articulação Institucional, Frederico Maia. Com o tema central Cultura, Cidade e Desenvolvimento Local, a II CNC debaterá o papel do Estado e da Sociedade Civil na construção da cidadania, no desenvolvimento das cidades, na produção simbólica, na economia da cultura e na consolidação do SNC.A secretária de Articulação Institucional, Silvana Meireles, apresentará o Programa + Cultura, que se insere em um contexto favorável de cooperação com municípios, estados e Distrito Federal para integração de metas e ações. Na oportunidade, será explicada que para a implementação de políticas públicas é necessário o fortalecimento das relações federativas, principalmente pelo compartilhamento de decisões. Nesse contexto, a descentralização das ações do Programa se constitui como um passo decisivo para a cooperação dos entes federados e para a ampliação da participação social na formulação, execução, gestão, monitoramento e avaliação das iniciativas implementadas.
Além do estande para distribuição de material institucional, o Ministério da Cultura também terá outro espaço para atendimento ao público: uma ‘Sala de Soluções’ - Programas e Projetos -, localizada no 1º Pavimento da Ala Norte, destinada a resolução de questões que não possam ser atendidas no estande.

Encontro Nacional
Organizado pela Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República (SRI-PR), por meio da Subchefia de Assuntos Federativos, o Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas deverá reunir, em Brasília, cerca de 3.500 gestores municipais de todo o Brasil, além de secretários e assessores. A mortalidade infantil, o analfabetismo, o sub-registro civil, o combate a pobreza, dentre outros temas nacionais e regionais, serão debatidos durante o evento.
A iniciativa conta com a parceria de três entidades - Associação Brasileira de Municípios (ABM), Confederação Nacional de Municípios (CNM) e Frente Nacional de Prefeitos (FNP). Ainda participam da organização a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e o Governo do Distrito Federal.

Histórico
O encontro dos Prefeitos recém empossados faz parte das atividades do Grupo de Trabalho Interministerial, criado em abril do ano passado, na XI Marcha dos Municípios, para tratar da transição municipal. A idéia foi concebida no âmbito do Comitê de Articulação Federativa da SRI-PR, por meio de debates entre os órgãos do Governo Federal, as entidades nacionais municipalistas e as demais parceiras na promoção do evento.

Leia, também, matéria publicada no Portal Federativo: Presidente Lula terá encontro com prefeitos eleitos em fevereiro.

Informações: www.portalfederativo.gov.br ou (61) 3411-1996/2068/3376, na Assessoria de Comunicação Social da SRI-PR, e (61) 3316-2366/2200/2240, na Assessoria de Comunicação Social do MinC.

(Marcelo Lucena e Narla Aguiar, Comunicação Social/MinC)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O Conselho Estadual de Cultura, têm o interesse de aproximação aos sectores envolvidos com o desenvolvimento Cultural do Estado, para alcançar tal finalidade, participa de encontros com intuí to de novas políticas culturais, também auxiliam na criação de Conselhos Municipais de Cultura; Faço uma pergunta: - Vamos contar com essa ajuda?.
Outro ponto importantíssimo na democratização do fórum, como ideia sugiro que haja a indicação de um representante para divulga-lo nas escolas, e que nesta oportunidade, também solicite a escola criar um espaço de discussão nos mesmos moldes, e repasse posteriormente o resultado.
A participação das Escolas é muito importante mar dar legitimidade na criação do Conselho. A descentralização da Cultura deve estar acima dos interesses políticos e pessoais.
Todos sabemos da importância da Cultura, que cabe sem dúvida ao Poder Público a incumbência de prove-la, motiva-la ou incrementa-la, garantindo a cidadania. A Cultura é a identidade de um povo, com ela temos auto-estima, sem ela temos desagregação, exclusão, barbárie.
Em uma palestra em Junho de 2000 escutei:
- Será que estes Senhores, donos de poder, não sabem que caem muralhas, obeliscos, civilizações e ficam estátuas, poemas, livros, reflexões. Quem era o prefeito de Nova York no tempo de Sheakespear? Quem governava o Rio de Janeiro na época de Machado de Assis? essas perguntas talves confirmam um pouco de Humanidade aos que vêem o trabalho dos Artistas e Promotores de Culturais como algo secundário.
-"Para se chegar ao coração de um povo ou conhece-lo é só seguir sua veia artística "

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

curso de teatro

O Joe Nunes, do Teatro (Ins)Pirados e nosso companheiro aqui no fórum, manda email convidando para um curso introdutório às artes cênicas. Preparado para o período de férias o curso será ministrado em módulo intensivo.
O programa inclui: história da arte teatral, oficina de criatividade e roteiro, expressão corporal, expressão facial, técnica vocal, laboratório de produção, montagem e atuação.
 O curso será realizado no Centro de Cultura Jornalista Francisco José Frantz (rua Ernesto Alves, 817 - antiga Estação Férrea) de 16 a 21 de fevereiro de 2009,nos seguintes horários: das 18h20min às 22h20 ( segunda a sexta-feira) e das 14h às 19h no sábado.
 Inscrições e mais informações no local, pelo e-mail: grupoteatralinspirados@gmail.com ou pelo telefone: (51) 9965-8582.
As inscrições vão até o dia 13 de fevereiro e o valor é de Rr$ 40,00 (aulas + apostila + certificado).
A realização é do Teatro (Ins)Pirados com o apoio da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Santa Cruz do Sul através do Departamento de Cultura.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Proposta de Objetivos e Funcionamento do Fórum de Cidadãos pela Cultura em Santa Cruz do Sul

Com esta postagem concluo a série de três textos sobre o funcionamento do fórum (os outros dois trataram da construção de processos democráticos e este agora é o seguimento lógico daqueles).

Fórum da Cultura
Objetivos:
- constituir um espaço aberto a todos para o debate cultural, funcionando como referência na esfera pública da cultura em Santa Cruz do Sul;
- debater, avaliar, sugerir, políticas públicas para o desenvolvimento cultural do nosso município com base nos princípios de democratização e descentralização;
- estimular a valorização do fazer cultural tanto pelas autoridades e agentes governamentais como pelo setor empresarial e pela população em geral;
- articular os produtores culturais (artistas, técnicos, intelectuais, trabalhadores da cultura), os gestores e promotores da cultura (órgãos públicos, entidades empresariais e do terceiro setor, instituições educacionais, ONGs, movimentos sociais) e os apreciadores e fruidores da cultura (a população interessada) com vistas à valorização, melhoria e ampliação das manifestações, expressões e opções de produção e apreciação da cultura em Santa Cruz do Sul.

Funcionamento:
- reuniões mensais abertas aos interessados
- as reuniões terão duração de 2 horas assim distribuídas:
- 60 min para discussões gerais de interesse dos participantes (sugestões, propostas, questionamentos, críticas, reclamações, denúncias, anúncios, demandas, necessidades, dificuldades e possibilidades do fazer cultural em Santa Cruz do Sul);
- 60 min para apresentação e debate de um tema previamente definido e divulgado pelo fórum.
A definição da pauta das reuniões e dos temas de debate pode ser feita por meio do blog, aumentando a possibilidade de participação dos interessados.

discussões online através do blog http://culturascs.blogspot.com
- os participantes das três primeiras reuniões do fórum serão cadastrados como autores do blog, podendo postar livremente mensagens compatíveis com os objetivos e princípios do fórum (como já vem acontecendo);
- as postagens no blog podem tanto preparar a próxima reunião como aprofundar e desenvolver tópicos iniciados na reunião anterior. Além disso espera-se que surjam discussões no próprio blog, além de contribuições como avisos, notícias, textos e entrevistas sobre cultura, informações úteis, sugestões e questionamentos;
- o blog é aberto ao público em geral, que é estimulado a fazer comentários e desse modo participar na própria construção do blog e do fórum;
- alguns comentaristas, a critério de seu interesse e da anuência dos demais autores podem vir a ser cadastrados como autorres para poderem fazer postagens independentes dos comentários.


Penso que com este modelo de organização e funcionamento o Fórum da Cultura de Santa Cruz do Sul pode trazer avanços para a questão cultural no município sem transformar-se em mais uma entidade associativa e sem virar apenas uma reunião com belas falas e idéias inteligentes que não levam a nada. Gostaria muito que usássemos ps próximos dias para debater esta proposição aqui no blog e desse modo começarmos a definir a organização da reunião de fevereiro.

dando continuidade

Dando continuidade à postagem de ontem (Democracia), sigo discutindo a questão agora em relação ao funcionamento interno do fórum e ressaltando a importância de sua continuidade.
Na postagem anterior escrevi sobre a democracia, argumentando que seu maior valor é também sua maior dificuldade. Uma prática política democrática exige um conjunto de valores e princípios que devem reger todas as ações – e dos quais não podemos nos afastar – e também muita paciência, muita tolerância, grande capacidade de convencimento, humildade e firmeza. Não é fácil. Definitivamente não. E isto vale tanto para a grande política – inclusive na discussão das políticas públicas – como para as micropolíticas das relações interpessoais e da organização de grupos, movimentos e coletivos. Portanto, vale também para o nosso fórum. Como espaço democrático o fórum da cultura é aberto à participação de todos os cidadãos e cidadãs que se interessam de algum modo pela cultura, querem debater políticas públicas para o desenvolvimento cultural do município e que aceitam as regras da convivência democrática. E por causa disso este fórum não tem uma estrutura institucional, coordenadores, porta-vozes etc.
A grande riqueza deste fórum é sua multiplicidade, diversidade e espírito de companheirismo. Afinal, sabemos todos que o que quer que seja feito, a responsabilidade será sempre toda nossa. Mas afinal, o que faremos na continuidade deste fórum?
A continuidade é importante, não temos o direito de desperdiçar o envolvimento que já construímos. Vamos olhar os números. Na reunião de organização, em que decidimos convocar uma reunião aberta, éramos 5. Na primeira reunião, dia 17/12, triplicamos para 15. E na segunda reunião aberta triplicamos novamente e chegamos a 45 participantes. Será que vamos manter a progressão e chegar a 135 na reunião de fevereiro? Na verdade isto não é o mais importante, mas se conseguimos ser 45 pessoas reunidas às 18 horas de uma quarta-feira de janeiro, temos a responsabilidade de estar à altura da expectativa que criamos. Não só expectativa, na verdade. Penso que já temos resultados que em parte precisam ser atribuídos a esta mobilização: dois artigos sobre cultura publicados na Gazeta, uma matéria anunciando a primeira reunião no Riovale, matérias pós reunião nos dois jornais, novamente os dois jornais com matérias grandes sobre a segunda reunião, os textos deste blog, a movimentação da Smec, a proposta do Fundo de Cultura feita pelo Depto. de Cultura, tudo isso é um pouco resultado da nossa movimentação. E depois do editorial do Riovale na sexta-feira 30 de janeiro, esta responsabilidade torna-se ainda maior.
Tá, mas e agora, o que vamos fazer na continuação? E porque comecei este texto falando na democracia? Pois então, penso que o fórum tem o papel da garantir um espaço público democrático para o debate de políticas culturais. E nesse sentido não deve burocratizar-se nem criar estruturas administrativas ou técnicas. O fórum existe nas reuniões e no blog e sua função é estimular e organizar o debate, fazer propostas, análises, avaliações, articular pessoas e entidades, articular governo e sociedade. E isto tudo conforme definições tiradas nas reuniões plenárias que proponho que sejam mensais e única instância decisória do fórum.
Agora, é claro que é possível que alguns participantes do fórum se articulem em grupos de trabalho ou comitês, que façam estudos técnicos, pesquisas, projetos e que os apresentem através do blog e proponham a sua discussão nas reuniões. Mas estes grupos não são uma instância decisória, estrutural e organizativa do fórum e não podem falar em nome do fórum. São grupos que se formam por afinidades, interesses comuns, necessidades setoriais, amizades, ou o que for. São legítimos, claro, mas não são o fórum. Mas mesmo não sendo o fórum, estes grupos de trabalho ou comissões que vierem a se formar pelo interesse das pessoas e entidades que participam das reuniões do fórum podem ser muito importantes para o desenvolvimento ou aprofundamento de questões específicas de cada uma das áreas da cultura que constituem a nossa diversidade e multiplicidade.
Dito isso, apresento na próxima postagem uma proposta de organização e funcionamento para nosso fórum, nossas reuniões e nosso blog,

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Democracia

Na última reunião do fórum foi colocado em questão o que entendemos por democratização e descentralização da cultura, como uma espécie de alerta para as dificuldades e armadilhas destes conceitos. Muito apropriadamente foi dito que se descentralizar é levar para a periferia aquilo que é feito e mostrado no centro, a descentralização não traz muita vantagem. Sim, talvez descentralizar seja justamente mostrar no centro aquilo que é produzido nas periferias. Independente disso, a descentralização da cultura, com toda a certeza, passa pela descentralização das condições de produção e fruição cultural (descentralizar recursos, equipamentos, professores, instrutores, eventos, atividdes). Isto tudo, certamente provocaria uma intensa discussão pública sobre objetivos e prioridades e poderia inclusive vir a ser criticado e combatido como perda de tempo, desperdício de recursos, populismo, etc.
Este tipo de debate é, ao mesmo tempo, a riqueza e a dificuldade da democracia. Sobre isso quero apresentar, nos parágrafos que se seguem, minha percepção das dificuldades e problemas da institucionalização de processos democráticos (seja na cultura, seja em qualquer dimensão da sociedade).
O que é democracia? Obviamente esta pergunta comporta um grande número de respostas. A questão é definir qual (ou quais) destas respostas é a mais adequada (aquela que descreve mais apropriadamente o fenômeno que queremos tratar).
O sociólogo alemão Max Weber, disse uma vez, meio como chiste, meio à sério, que a democracia é o sistema político no qual o povo elege um dirigente que, uma vez eleito, diz “Agora, bico cerrado e obedecei-me”. Esta definição, com a qual concordariam alegremente muitos dirigentes em diversos níveis, traz implícita uma impaciência frente às expressões públicas de dissentimento e divergência.
Certamente esta não é uma boa definição de um regime democrático justamente porque não leva em conta uma das características essenciais da democracia: sua qualidade autodesestabilizadora. Com isso quero destacar que nos sistemas plenamente democráticos tudo está em perpétuo movimento. Ou seja, os procedimentos democráticos promovem o debate e alimentam a insatisfação pública ante a situação existente e, muitas vezes, suscitam a irritação dos cidadãos e os levam a atuar diretamente. Numa democracia, dotados da liberdade de criticar e transformar a distribuição do poder estatal e das instituições civis, os cidadãos se encontram mergulhados em um estado de inquietação permanente; as pessoas sentem-se dominadas por uma sensação de incerteza acerca de quem governa e quem deve governar; as relações de poder existentes são consideradas contingentes, carentes de garantias transcendentais.
Uma primeira tentativa de definição da democracia, nesta linha de pensamento, precisa destacar que os regimes democráticos são os sistemas políticos mais exigentes, que prevêem inúmeros procedimentos para se chegar a decisões coletivas por meio do debate público, baseados na máxima participação possível das partes interessadas. Portanto, “una democracia es un sistema estructurado y abierto de instituciones que facilitan el control flexible del ejercicio del poder” (KEANE, John. “Naciones, nacionalismo y ciudadanos en Europa”. Revista Internacional de Ciencias Sociales, 140, julho 1994, p. 207).
As democracias nunca chegam a um ponto de equilíbrio homeostático. Ao contrário, são caracterizados pelas discrepâncias públicas acerca dos meios e dos fins, das incertezas, confusões e omissões dos problemas políticos e dos conflitos ocultos e abertos. Tudo isso torna-as vulneráveis e muitas vezes vítimas de tentativas de ganhar tempo, simplificar as coisas, pôr fim ao pluralismo e promover a unificação de tudo e de todos, instituir a ordem unida como a principal forma de comportar-se. Em virtude destes perigos, a democracia exige uma prática democrática militante para institucionalizar e defender a democracia por meio da prática de pequenos atos diários de resistência que ao mesmo tempo se nutrem do sentimento, por parte dos cidadãos, de compartilhar uma identidade, uma visão, um desejo, um experiência histórica, algumas tradições comuns.
Estes atos de resistência diária são tanto mais difíceis de realizar naqueles contextos carentes de alguns fatores constitutivos do que eu chamaria de as virtudes de uma cidadania democrática: prudência, sentido comum, capacidade de fazer juízos e defendê-los em público, coragem para criticar e aceitar críticas, capacidade de unir-se a outros em um movimento de dignidade e solidariedade para resistir ao medo.
Aliás, “librarse del miedo es siempre una condição básica de la democracia, y a ello suele contribuir el sentido, compartido por todos los ciudadanos, de pertenecer a una o más identidades éticas” (KEANE, John. “Naciones, nacionalismo y ciudadanos en Europa”. Revista Internacional de Ciencias Sociales, 140, julho 1994, p. 207).
Destaco a importância de resistir ao medo como um dos fatores fundamentais para a transformação democrática de regimes despóticos, nos quais o medo ao poder corrompe aos dominados e o medo de perder o poder corrompe aqueles que o detém.
E com isso chego a uma segunda tentativa de definição de democracia: “un mosaico político y social de múltiples estratos en el que se asigna a los decisores políticos, a nível local, regional, nacional y supranacional, la misión de servir a la res publica, mientras que, por su parte, los ciudadanos que viven inmersos en el engranaje de la sociedad civil están obligados a mantenerse vigilantes para evitar que los demás, y sus dirigentes, abusen de su poder y violen el espíritu del bien común.” (KEANE, John. “Naciones, nacionalismo y ciudadanos en Europa”. Revista Internacional de Ciencias Sociales, 140, julho 1994, p. 207).
Nesta definição aparecem como fundamentos da democracia o dever dos agentes políticos servirem à coisa pública e a o bem comum e a responsabilidade dos cidadãos de evitarem que os demais cidadãos e as lideranças políticas e sociais abusem do poder ou violem o pacto de busca coletiva do bem comum. É para poder assumir suas responsabilidades que os cidadãos precisam organizar-se em movimentos e/ou entidades que lhes permitam juntar forças na defesa da democracia. Defesa esta que é, verdadeiramente, parte do processo de construção cotidiana da democracia.
Acredito que é isto que estamos tentando fazer, nós que nos reunimos no fórum da cultura: construir a aprofundar a democracia no âmbito da produção e fruição cultural no nosso município. Esta não é uma tarefa fácil e exige empenho, motivação e organização. Na próxima postagem entrarei no tema da organização do fórum.